Fecha: noviembre 7, 2025
Em 2021, a conferência CoP26 da UNFCCC produziu o Compromisso pela Posse da Terra Florestal. Foi um compromisso histórico de financiamento para apoiar os esforços e papéis dos Povos Indígenas e das comunidades locais na prevenção do desmatamento e no envolvimento em esforços climáticos e de conservação. No entanto, o que ainda não está claro é como as mulheres Indígenas, Afrodescendentes e das comunidades locais se beneficiaram diretamente do Compromisso.
A atual falta de dados desagregados por gênero nos relatórios dos doadores internacionais dificulta o acompanhamento do financiamento global que chega às organizações de mulheres, se é que chega. As mulheres são atoras fundamentais nas ações relacionadas às mudanças climáticas e à conservação, guardiãs e transmissoras do conhecimento tradicional, cuidadoras da segurança e soberania alimentar, e desenvolveram uma resiliência incrível em crises ambientais; no entanto, continuam sub-representadas e subfinanciadas. Garantir financiamento direto para organizações e grupos de mulheres pode transformar as desigualdades de gênero que historicamente negaram às mulheres seus direitos e as excluíram da tomada de decisões críticas nos níveis territorial, nacional e internacional.
Para esta análise, a RRI colaborou com a Women in Global South Alliance (WiGSA) para analisar o nível e os tipos de financiamento fornecidos aos membros da rede WiGSA. A análise preliminar foi divulgada em 2024 e mostrou que os investimentos em igualdade de gênero estão em declínio e que as mulheres indígenas e afrodescendentes continuam com um financiamento extremamente insuficiente. Este novo relatório apresenta os resultados da segunda fase desta pesquisa colaborativa: “Acompanhando o financiamento global que chega às mulheres: implementação piloto,” que visa identificar e analisar os obstáculos estruturais que as mulheres Indígenas, Afrodescendentes e das comunidades locais enfrentam no acesso ao financiamento. As conclusões preliminares foram publicadas em 2024.
À medida que a COP30 se aproxima e um novo compromisso de financiamento é iminente, novos dados mostram aos governos e doadores que eles devem reconhecer as mulheres como detentoras de direitos cruciais nas ações climáticas e de conservação. O novo compromisso deve incluir concretamente uma perspectiva sensível ao gênero para evitar que os direitos das mulheres sejam deixados de lado nos compromissos financeiros.
