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Dados divulgados no relatório permitem concluir que 1,3 mil milhões de pessoas em todo o mundo dependem das florestas para ter acesso a comida, energia, água e renda
Duas organizações não governamentais, uma delas ligada às Nações Unidas, apelaram hoje aos governos mundiais para reforçarem os negócios florestais em benefício das empresas dos seus próprios países.

A exortação é feita num relatório que hoje será tornado público pelo Instituto Internacional para o Ambiente e o Desenvolvimento (IIED) e pela Forest and Farm Facility (FFF), ligado à agência alimentar das ONU, que apresentam quatro formas de apoio à silvicultura visando permitir que a conservação das matas beneficie o setor privado local e salve o planeta.

“Os governos, doadores e investidores devem reforçar o controlo local dos negócios florestais se quiserem salvaguardar os bens públicos, apoiar os meios de subsistência, ajudar a combater a pobreza e as mudanças climáticas” no planeta, refere e nota conjunta do IIED e FFF, que resume o apelo lançado no novo relatório das instituições.

O documento será apresentado na Academia britânica organizado pelo Chatham House em parceria com a Rights and Resources Initiative (RRI) sobre os desafios e oportunidades para regular o comércio de madeira de pequena escala e empresas florestais.

O encontro visa discutir as políticas e os regulamentos europeus relativo à madeira, nomeadamente a execução do Plano de Ação relativo à Aplicação da Legislação, Governação e Comércio no Sector Florestal (FLEGT), que assegura que apenas madeira abatida legalmente chegue ao mercado europeu.

Baseando-se em pesquisas feitas no Brasil, Burkina Faso, Camboja, República Democrática do Congo, México, Nepal, Tanzânia e Vietname, o relatório identifica quatro principais formas de ajuda ao setor para permitir que os benefícios da madeira sejam favoráveis às empresas florestais locais.

Segundo as organizações, os governos deviam “ajudar essas empresas a ter acesso aos recursos e direito de posse de terra”, bem como poderiam “investir em programas que fortaleçam as empresas a ter o ´know-how` de negócios” do setor madeireiro.

Segundo Simon Milledge, que lidera a equipa do Instituto Internacional para o Ambiente e o Desenvolvimento, “os empreendimentos de pequena escala em África, Ásia e América Latina já enfrentam desafios no acesso à matérias-primas, nos produtos de marketing e para garantir financiamento”.

“Agora vão ter que lutar ainda para se adaptar às novas exigências sobre os requisitos legais. Este não é apenas um problema para esses produtores mas também pode levar a conflitos que minam o acesso de um país ao mercado da União Europeia. A aplicação da lei pode penalizar desproporcionalmente os atores mais vulneráveis de menor escala”, afirma Simon Milledge.

O responsável, que vai intervir na reunião de hoje, lembra que “para a maioria dos produtores florestais locais, a exportação de madeira é apenas uma pequena fração de seus negócios, a maioria das quais se concentra no crescente mercado doméstico”.

“O que realmente precisamos é de apoio de governos e investidores para desenvolverem seus negócios de forma sustentável para que eles possam atender à crescente demanda da madeira”, afirmou Simon Milledge.

Dados divulgados no relatório permitem concluir que 1,3 mil milhões de pessoas em todo o mundo dependem das florestas para ter acesso a comida, energia, água e renda.

Original Article – ONG ambientais defendem benefícios para empresas locais da exploração florestal